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24 março 2024

Cinco livros que falam sobre ataques terroristas

Juro que estou estarrecido desde anteontem; e ainda continuarei estarrecido  por um bom tempo, com o ataque terrorista de sexta-feira (22) que deixou 115 mortos numa casa de shows localizada na região de Moscou.

O atentado, reivindicado por um braço do grupo terrorista Estado Islâmico, aconteceu na casa de shows Crocus City Hall e é o pior dos últimos 20 anos na Rússia. Segundo autoridades russas, ao menos cinco homens com armas de fogo invadiram o local e começaram a atirar indiscriminadamente contra o público, que gritava e tentava fugir. O massacre aconteceu antes da apresentação de um grupo de rock.

As cenas chocantes que vi nos noticiários da TV fez com que eu recordasse, além do ataque às torres gêmeas no fatídico 11 de setembro, os atentados terroristas que aconteceram em Madri no dia 11 de março de 2004 e que deixou 191 mortos e 1.900 feridos; na Noruega que ocorreu em 22 de julho de 2011 com um rastro de 77 mortos e também ao ataque terrorista ocorrido na Alemanha durante os Jogos Olímpicos de Munique em 1972.

Fico imaginando os familiares dessas vítimas e as cicatrizes que para muitos até hoje continuam abertas. Cara, é muito triste.

Atualmente, os atentados terroristas estão na lista das principais ameaças e riscos contra a vida em uma sociedade em diversos países. Religião, política e ideologias distintas são alguns dos motivos que levam grupos a cometerem atos violentos.

Especialistas em antiterrorismo acreditam que hoje em dia está cada vez mais difícil detectar ações de grupos, uma vez que o terrorismo tem sido levado à individualização por meio dos “lobos solitários”, ou seja, terroristas que agem sozinhos, a qualquer momento e em qualquer lugar que o mesmo julga propício. Outra preocupação diz respeito as chamadas células de grupos terroristas que estão espalhadas e camufladas em vários países.

Para aqueles leitores que quiserem saber mais sobre o assunto, selecionei cinco livros sobre o tema. Vamos conferir?

01 – Planos de Ataque -  A História dos Voos de 11 de Setembro (Ivan Sant’Anna)

O 11 de setembro de 2001 é uma data que está guardada na mente de todos nós. Data em que aconteceu o maior ataque terrorista do planeta onde 2.997 pessoas perderam a vida. Mas como foi planejado esse atentado? Como os pilotos suicidas foram recrutados, e que treinamento receberam, nas montanhas do Afeganistão? Como viveram secretamente nos Estados Unidos, nos meses anteriores ao ataque? E o que aconteceu durante os voos daquela manhã que o mundo não vai esquecer? Piloto amador e fascinado por aviões, o escritor Ivan Sant'anna, autor do best-seller Caixa Preta, resolveu dedicar três anos de sua vida para pesquisar minuciosamente tudo o que aconteceu nos voos de 11 de setembro.

O autor relata a trajetória dos homens que planejaram o atentado e daqueles que sequestraram os quatro aviões – reconstituindo episódios ainda pouco conhecidos do drama humano dos terroristas e também das suas vítimas.

Editora: ‎Objetiva

Capa: Brochura

Ano: 2014

Páginas: ‎270

02 – O único Avião no Céu (Garrett M. Graff)

Taí mais um livro sobre o ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center que aconteceu em 11 de setembro de 2002.

O Único Avião no Céu de Garret M. Graff é um livro de depoimentos de pessoas que conseguiram sobreviver ao ataque de 11 de setembro. A obra traz ainda testemunhos de familiares das vítimas que estavam nos aviões e também de parentes e conhecidos dos bombeiros, policiais e paramédicos que morreram no momento em que as duas torres desmoronaram pouco tempo depois do impacto dos aviões.

São mais de 500 páginas seguindo o formato: “nome do depoente” – “função que o depoente desempenhava em 11 de setembro” – “depoimento”. Antes de cada capítulo, Graff faz uma pequena introdução – não mais de meia página – contextualizando as informações das testemunhas. E depois... tome relatos e mais relatos de sobreviventes ou então de familiares das vítimas.

Editora: ‎Todavia

Capa: Brochura

Ano: 2021

Páginas: ‎560

03 – Estado Islâmico: Desvendando o Exército do Terror (Michael Wess e Hassan Hassan)

O recente atentado em Moscou colocou novamente o Estado Islâmico no centro das atenções da mídia, o que aumenta o interesse dos livros sobre esse grupo extremista lançados no Brasil.

O livro do jornalista americano Michael Weiss e do cientista político sírio Hassan Hassan se concentra no processo de crescimento do exército jihadista e seu apelo para voluntários internacionais (estima-se um contingente de dezenas de milhares), com base em entrevistas exclusivas com militares americanos e combatentes do Estado Islâmico.

Os dois autores explicam quem são os protagonistas do Estado Islâmico, de onde vêm, como conquistaram tanto apoio local e global e como eles operam. Mostram também como a organização surgiu das cinzas da Al-Qaeda no Iraque, construindo pacientemente células “adormecidas”, comprando lealdade e intimidando comunidades locais, eliminando assim qualquer possibilidade de resistência interna.

Editora: ‎Seoman

Capa: Brochura

Ano: 2011

Páginas: ‎272

04 – Contra-Ataque (Aaron J. Klein)

O ataque aos Jogos Olímpicos de Munique de 1972 é considerado o maior ato terrorista cometido durante um evento esportivo. O caso ocorreu 15 dias após o início da competição, disputada em Munique que fazia parte da Alemanha Ocidental.

Na ocasião, oito membros do grupo Setembro Negro invadiram a vila dos atletas e se dirigiram ao prédio que abrigava os competidores israelenses. A organização terrorista fez 11 deles reféns. Para liberá-los, foi exigido o pagamento de 250 presos palestinos, algo negado pelo governo de Israel.

Cerca de 24 horas depois, três helicópteros chegaram à Vila Olímpica para levar os terroristas e os reféns para o aeroporto de Fuerstenfeldbruck; de onde seriam encaminhados para a Tunísia — como parte do acordo feito nas negociações.

Após os helicópteros alçarem voo, porém, atiradores de elite do Exército alemão entraram em ação e um tiroteio começou. Pouco depois, uma explosão aconteceu em um dos helicópteros. A troca de tiros culminou com a morte de todos os reféns.

O livro de Aaron J. Klein dá detalhes sobre esse atentado, além de relatar o contra-ataque israelense a esse ataque terrorista. O relato é baseado no contato com personagens-chave e que até agora jamais tinham falado a respeito do Massacre de Munique e da reação de Israel: uma campanha antiterrorista de trinta anos mortal e supersecreta visando caçar os assassinos.

Editora: ‎Ediouro

Capa: Brochura

Ano: 2006

Páginas: ‎230

05 – Um de Nós (Asne Seierstad)

Um de Nós de Asne Seierstade traz a história do mais chocante atentado terrorista da Noruega. A autora, além de escritora é uma correspondente internacional consagrada, Åsne passou anos escrevendo sobre as pessoas envolvidas em conflitos violentos ao redor do mundo. Agora, pela primeira vez, a autora se dedica a reportar o terror dentro de seu próprio país – e o fez por meio de pesquisas, entrevistas e depoimentos. 

O livro reconstrói o maior atentado da história da Noruega, aquele que, em 22 de julho de 2011, vitimou 77 pessoas e impôs as questões fundamentais: Como isso pôde acontecer? Por quê? E quem era Anders Behring Breivik, o assassino?

Em 22 de julho de 2011, Breivik explodiu uma bomba perto da sede do governo em Oslo, matando oito pessoas, e, enquanto a polícia estava mobilizada pelo atentado, o terrorista matou outras 69 pessoas, a maioria adolescentes, em um acampamento de verão na ilha de Utøya.

Editora: ‎Record

Capa: Brochura

Ano: 2016

Páginas: ‎560

20 março 2024

Livros que marcaram a minha fase de rato de bibliotecas

Uma das fases mais felizes da minha vida foi a época de “rato de bibliotecas” quando na adolescência e juventude com a grana contada para as necessidades básicas, tinha que apelar para as bibliotecas públicas ou escolares para satisfazer a minha fome de devorador de livros. 

Neste período – saudosos anos 70 e começo dos 80 – mesmo com pouco dinheiro no bolso nunca deixava de adquirir um livro do qual gostava, mas não podia abusar, por isso as aquisições próprias eram poucas. A minha fome literária era mantida pela minha mãe, meu irmão e principalmente pelas bibliotecas que eu visitava com frequência.

Desse período trago ótimas recordações que valeram, até mesmo, várias postagens aqui no blog, como por exemplo essa aqui, onde abordo a importância que algumas bibliotecárias tiveram em minha vida de leitor.

Hoje, relembrando essa fase com Lulu, descobri, para minha surpresa, que ela teve uma trajetória semelhante à minha. Ela também foi uma rata de biblioteca, assim como eu; e pelo mesmo motivo: grana curta. Lulu me disse também que era uma assinante do Círculo do Livro, mas com um adendo: eram os seus pais que pagavam a assinatura.

Conversa vai e conversa vem, ela acabou me dando a ideia de escrever uma postagem sobre os livros que marcaram a minha fase de rato de bibliotecas. Achei uma boa ideia e no início queria incluir não só os meus, mas também os seus livros marcaram a sua fase de rata (rs). Mas, a minha ratinha achou melhor “falar” apenas sobre as obras que marcaram a minha vida de rato. Concordei com a sua proposta e assim nasceu esse texto que você está lendo agora. Espero que goste. Então, vamos lá.

01 – Os Doze Trabalhos de Hércules (Monteiro Lobato)

Esta obra de Monteiro Lobato marcou muito determinado momento de minha vida. Foi o dia em que a minha mãe me levou pela primeira vez à uma biblioteca. Esta é uma das recordações que jamais iriei esquecer: a imagem de dona Lázara me buscando na escola primária. Antes de irmos para casa, ela fazia questão de toda a semana dar uma passadinha comigo na a Biblioteca Pública Municipal. Ela fazia isso com a desculpa de que iria conversar um pouco com a sua amiga que era a bibliotecária.

Quando chegávamos por lá, antes ficar papeando com a amiga, ela me levava para o setor de literatura infantil e dizia para que eu escolhesse alguns livros para ler. Depois colocava esses livros sobre a mesa, ficava um pouquinho comigo, e ia pôr as “histórias da cidade” em dia com a amiga bibliotecária.

Foi ali que tive o meu primeiro contato com o mundo mágico do Sitio do Pica Pau Amarelo e de seus personagens. Um dos livros que marcou essa minha fase de leitor foi Os Doze Trabalhos de Hércules, obra que até hoje trago guardada na memória, tanto é que já reli várias vezes, a mais recente, em outubro do ano passado.

A genialidade de Monteiro Lobato fica evidente nessa obra. Ele consegue ensinar mitologia grega, explorando vários momentos importantes desse gênero de uma maneira leve e divertida. É algo ímpar, uma verdadeira magia, ver Pedrinho, Narizinho, Emília, enfim, toda a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo interagindo com personagens marcantes da mitologia grega. Outro detalhe importante que vale a releitura foi a ideia genial que Lobato teve ao compor um Hércules diferenciado daquele ser poderoso e infalível da mitologia. O Hércules de Lobato é mais “acessível”, ou seja, mais humano. Ele também erra, tem as suas falhas, além de ser menos arrogante do que o Hércules original que aprendemos a conhecer. Gostei muito dessa reconstrução do personagem.

02 – David Copperfield (Charles Dickens)

Este livro faz com que eu me recorde de uma bibliotecária muito especial e também muito importante em minha vida, pois contribuiu bastante para que eu me tornasse um leitor assíduo, daqueles de carteirinha. Posso dizer que ela foi uma das responsáveis por plantar uma das sementinhas que desenvolveram o meu hábito pela leitura.

Dona Alice Tuma foi a minha bibliotecária no ginasial. Ainda me recordo, vagamente, da biblioteca da antiga escola Industrial; hoje, Escola em Tempo Integral “Professora Maria Angélica Marcondes”. Não vou esconder que deixava de correr, jogar bola, conversa fora e também de paquerar as alunas de outras séries, mas revelo que na maioria das vezes, aproveitava a hora do recreio para ficar ‘enfurnado’ na biblioteca lendo os meus livros preferidos. Toda vez que chegava no recinto, Dona Alice já ia dizendo mais ou menos assim: “Oba! Lá vem um dos meus visitantes preferidos!” Ela tinha uma tática infalível que era a de perguntar detalhes sobre o livro que eu havia lido. – Me conte o que você achou da história – dizia ela. Agora me responda, qual devorador de livros não gosta de falar sobre o que leu? Eu, claro, não era uma exceção e assim, mais do que rápido começava a lhe contar detalhes sobre a narrativa. Dona Alice colocava as mãos no queixo e ficava olhando para mim e escutando com toda a atenção. Eu saía daquela biblioteca realizado e... com mais vontade ainda de ler.

Ela usou essa tática com o clássico David Copperfield de Charles Dickens e deu certo. Apesar dos meus 15 anos, naquela época, ainda me recordo que foi dona Alice que me indicou esse livro, dizendo que já tinha lido e que depois que eu lesse, iriamos conversar sobre a obra. Gostei tanto do livro que acabei utilizando-o num trabalho de escola.

David Copperfield dispensa comentários. Basta dizer que é um verdadeiro clássico da literatura mundial.  A obra é um relato de formação de um menino descobrindo um mundo que é, ao mesmo tempo, mágico, assustador e terrivelmente real. Assim, seguimos a vida de David, desde a sua infância pobre e difícil até a descoberta da vocação de escritor, numa jornada repleta de aventuras cômicas, sentimentais e por vezes trágicas. É impossível não se comover com o destino do personagem.

03 – Os Sobreviventes (Piers Paul Read)

Quase todo final de tarde, após o trabalho, tinha parada obrigatória na Biblioteca Municipal e lá ficava vasculhando algumas obras para ler. Foi durante a minha fase de reco do “Tiro de Guerra”, lá para os meus 18 anos. 

Pois é, nessa biblioteca tinha outros dois “anjos da guarda literários”: Ângela e Cida. A Ângela utilizava uma tática quase parecida com a de Dona Alice para incentivar o meu amor pelos livros. Sempre que chegava na biblioteca – naquela época, funcionava onde hoje se encontra a 2ª Companhia de Policiamento Militar - para pegar alguns livros emprestados, logo de cara ia ganhando um elogio da Ângela - Nossa! você deve ser muito inteligente. Continue lendo bastante. – Quase sempre, ela também me pedia sugestões de leitura. Resumindo: As suas atitudes tinham o poder de turbinar ainda mais a minha vontade de ler.

Já a “Cida das Flores” – ela tinha esse apelido porque além de ter um amor enorme por flores, sempre trazia uma nos cabelos -  utilizava um método diferente. Sempre que eu passava na Biblioteca Municipal, via em cima de sua mesa dois ou três livros já me esperando. Obras que ela já tinha lido e gostado e por isso as deixava separadas para mim.

Cara, essas duas bibliotecárias foram dois verdadeiros anjos literários em minha vida, à exemplo de dona Alice, minha mãe, e outros.

Os Sobreviventes de Piers Paul Read foi uma sugestão tanto da Ângela quanto da Cida. Gostei bastante da indicação que narra um acidente de avião, ocorrido em 1972, que levava um time de rugby uruguaio para uma competição no Chile e que acabou caindo caiu na Cordilheira dos Andes após se chocar com uma montanha de gelo. O enredo narra a saga de um grupo de sobreviventes num local isolado de tudo e de todos.

04 – Um Estranho no Espelho (Sidney Sheldon)

O meu primeiro contato com Sidney Sheldon foi numa biblioteca. Para ser mais exato, na Biblioteca Pública Municipal de minha cidade.

Ainda me lembro que enquanto os meus amigos, após o serviço, iam direto para os barzinhos ou butecos da vida, o rato de biblioteca, aqui, se enfunava no meio dos livros para mergulhar em viagens fantásticas que vários enredos tinham o poder proporcionar. No final, sempre levava um livro para ler em casa.

Foi naquela saudosa biblioteca que ‘peguei’ gosto pelos livros de Sidney Shelson. Ainda me recordo que havia uma coleção de uns 10 livros do autor, a qual acabei devorando todinha. Pois é, Um estranho no espelho, fazia parte dessa coleção. Gostei tanto do livro que acabei relendo-o outras vezes, sendo a mais recente no mês passado.

Os personagens Toby Temple e Jill Castle foram os primeiros de Sheldon, os quais tive contato. Eles representam, a grosso modo, o bem e o mau, o lado médico e o lado monstro. Toby é o egocêntrico narcista, metido e insensível. Ele se considera um rei e por isso, pode fazer o que quiser com as pessoas e quando quiser. Por sua vez, Jill é aquela mocinha que sofreu, foi enganada e humilhada por todos, mas mesmo assim, aguentou firme, sem revidar. Quando os dois se encontram e começam um relacionamento, muitas surpresas e reviravoltas começam a acontecer.

Como já citei acima, foi a partir de Um Estranho no Espelho que me tornei um grande fã de Sidney Sheldon.

05 – O Destino do Poseidon (Paul Gallico)

Apesar de ter sido apenas um “crianção” no início dos anos 70, ainda me recordo do filme O Destino do Poseidon sobre um enorme transatlântico que após ser atingido por um vagalhão, vira de cabeça para baixo, fazendo com que um grupo de sobreviventes lute para chegar ao casco antes que a embarcação afunde. Esta produção cinematográfica com Gene Hackman, Ernest Borgnine e Shelley Winter foi um verdadeiro “arrasa-quarteirões” em 1972.

Após ter visto o filme; no dia seguinte, fui correndo até a biblioteca da minha escola e passei horas e horas lendo o livro de Paul Gallico publicado originalmente em 1969 e que serviu de base para a produção que passou nos cinemas. Anos depois, já adulto, o tal do livro voltou a minha memória reativando toda aquela vontade louca de relê-lo. Pronto, e assim, lá vai este blogueiro atrás da obra de Paul Gallico. Foi uma verdadeira saga para consegui-la. Após muito esforço, localizei um livreiro que tinha a obra e assim, realizei o meu sonho. Há anos guardo a edição de bolso de O Destino do Poseidon (1978) com todo o cuidado e carinho numa posição de destaque em minha estante. E imaginar que tudo começou com um filme e depois se estendeu para uma biblioteca.

06 – Pássaros Feridos (Colleen McCullough)

Pássaros Feridos foi mais um livro da minha fase de rato de biblioteca. Descobri a obra na biblioteca da minha escola, na época do ginasial. Havia lido na minha adolescência, mas após tantos anos, resolvi rele-la e achei o enredo um tanto cansativo, Estranho, né? Na primeira vez em que li numa biblioteca, havia gostado, tanto é verdade que resolvi reler a obra depois, mas com o passar do tempo, analisando o enredo de uma maneira mais madura, acabei mudando a minha maneira de “enxergar” a história de Colleen McCullough. Apesar disso, não posso negar que foi uma obra que fez parte do meu período de rato de bibliotecas.

A saga de Pássaros Feridos começa no início do século XX e conta os acontecimentos de três gerações da família Cleary, misturando ambição, amor e ódio; conquistas e derrotas. Ao contrário do que muitos leitores pensam não se trata de uma simples história de amor proibido envolvendo uma  mulher e um padre. O enredo vai muito mais além. A autora australiana narra a saga de três gerações de uma família no período de 1915 a 1969.

O livro aborda as alegrias e tristezas da família Cleary -  formada pelo casal Paddy, Fee e os seus sete filhos – que devido a dificuldades financeiras decidem mudar-se de sua humildade propriedade na Nova Zelândia e emigrar para a Austrália, após receberem um convite de Mary Carson,  irmã de Paddy .  Como ela não vê o irmão há muitas décadas e encontra-se sozinha e com a saúde debilitada, decide convidá-lo, juntamente com a sua família, á morarem e trabalharem em sua propriedade chamada Drogheda, uma vasta e rica fazenda de criação de carneiros. A partir daí começam os momentos bons e ruins vividos pelos Cleary’s. Alguns personagens morrem, outros nascem; tristezas e alegrias chegam e vão; e por aí afora.

Por hoje é só, inté galera!

16 março 2024

“Médico de Homens e de Almas”: nem mesmo uma baita gripe me impediu de iniciar a releitura dessa obra prima

Praticamente uma semana. Isso mesmo, uma semana sem postar nada no blog. Desculpe-me aí galera seguidora do “Livros e Opinião”. Aliás, não quero encontrar nenhuma desculpa para essa “morgada” – há muito tempo tinha um patrão que usava esse termo quando um funcionário não queria trabalhar ou ficava ‘matando’ o tempo no seu serviço – mas confesso que a grande culpada dessa esticada no período de postagens foi a ‘dona gripe’ que literalmente me derrubou. Derrubou tanto a mim quanto a Lulu: os dois ainda estão de molho.

Será que a “desculpa” colou? (rs). Agora é sério galera; não estou mentindo. Bem, o que eu fiz nestes seis dias com dores no corpo, tosse, garganta inflamada e coriza? Li. Verdade; os livros, ou melhor, um livro foi o meu grande companheiro de convalescença, Ele ainda está me acompanhando na cama, no sofá, na cadeira do papai, na cadeira de varanda; enfim, onde me sinto mais confortável. Por enquanto, estou no começo do seu enredo. Costumo dizer que a leitura ainda está verde porque estou apenas começando. Mas apesar de verde, e muito verde, estou amando a história, mas amando meeeesmo.

A prova de que o livro te engole, é que apesar das dores atrozes provocadas por uma gripe FDP, incluindo as dores de cabeça que muitas vezes parece que vai estourar, simplesmente, eu não consigo parar de ler. Quer mais uma prova de que o enredo pode, tranquilamente, ganhar o status de antológico? Ok, eu ‘digo’: não se trata de uma leitura, mas de uma releitura. Já tinha lido esse enredo com mais de 660 páginas. E reler um livro com um número de páginas extraordinariamente grande e ainda por cima estando doente e desanimado, olha... é praticamente impossível se o livro não for, de fato, antológico. E podem acreditar: Médico de Homens e de Almas de Taylor Caldwell é antológico. Um livro que merece duas, três, quatro, quantas resenhas forem necessárias.

Agora, dei um tempo na releitura para escrever esse post, não com o objetivo de resenhar a obra pela segunda vez, o que pretendo fazer assim que terminar a releitura – a primeira resenha está aqui, com vários spoilers que soltei na minha inocência e empolgação de blogueiro literária ainda iniciante e por isso, bem cru – mas apenas para ‘dizer’ que Médico de Homens e de Almas é tão especial que consegue romper todas as barreiras físicas que você estiver enfrentando como essa gripe ‘das cadelas’ – mais um termo que o meu antigo patrão tinha o hábito de usar – que deixa você prostrado e com dores terríveis.

Não vejo o momento de chegar o capítulo em que Lucano – este era o nome de São Lucas – se encontra com Maria, a mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo para ‘entrevistá-la’. Caramba! Na minha opinião é o momento mais emocionante da obra de Caldwell. Lucano inicia a sua peregrinação até Israel na esperança de encontrar a mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo para que ela conte detalhes sobre a vida do Mestre; e quando esse encontro se concretiza... cara, você, simplesmente, não consegue segurar as lágrimas de tanta emoção.

O livro traz ainda outras interações se não tão emocionantes, mas muito interessantes como por exemplo, o encontro de Lucano com Pilatos, Paulo de Tarso e João, outros dois apóstolos conhecidos.

Lucano escreveu o maior dos evangelhos sobre a vida de Jesus e também o Ato dos Apóstolos. Ele foi o único apóstolo que não era judeu, nunca viu Cristo, e tudo o que está escrito em seu Evangelho foi adquirido por meio de pesquisas e dos testemunhos da mãe de Cristo, dos discípulos e dos apóstolos.

O estilo romanceado sobre a vida de São Lucas em nada diminui o seu valor porque a sua autora, explica no prefácio que leu cerca de 1000 livros sobre Lucano antes de escrever sobre ele e demorou mais de 45 anos para concluir a sua obra.

Fico por aqui. Agora, vou voltar a minha releitura.

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